quarta-feira, 9 de março de 2011

CIRROSE

CIRROSE



O que é?


A cirrose é uma doença difusa do fígado, que altera as funções das suas células e dos sistemas de canais biliares e sanguíneos.


É o resultado de diversos processos, entre os quais, a morte de células do fígado e a produção de um tecido fibroso não funcionante. Isto prejudica toda a estrutura e o trabalho do fígado.


Como se adquire e como se desenvolve?


Após períodos variáveis de tempo, indivíduos com inflamações crônicas do fígado estão sujeitos a desenvolverem cirrose.


Não é possível prever quais as pessoas com doença de fígado que terão cirrose.


As causas mais comuns são:



As hepatites crônicas pelos vírus B e C




O alcoolismo.





Outras causas menos comuns são:




As hepatites por medicamentos;





Hepatite Autoimune;



Esteatohepatite não-alcoólica (NASH)





Doenças genéticas (Hemocromatose, Doença de Wilson);





A cirrose biliar primária ou secundária (dificuldade crônica, sem causa definida, do fluxo de bile desde o interior do fígado ou, eventualmente, após cirurgias complicadas da vesícula, das vias biliares ou do fígado).


Em recém-nascidos, a atresia de vias biliares (uma malformação dos canais que conduzem a bile do fígado ao intestino) é importante causa da rápida instalação de cirrose no bebê, situação curável apenas por cirurgia precoce ou transplante hepático.


O que se sente?


A doença se desenvolve lentamente e nada pode ser percebido por muitos anos. A cirrose por si mesma dificilmente causa sintomas em seu início, porém, com a evolução para estágios mais avançados, o insuficiente funcionamento do fígado leva ao aparecimento de diversas manifestações.


Dependendo do paciente e da causa da cirrose poderão ser predominantes sintomas de um ou mais grupos.


As alterações relacionadas aos hormônios são:



Perda de interesse sexual;





Impotência;



Esterilidade;



Parada das menstruações;



Aumento das mamas dos homens;



Perda de pelos.



As alterações relacionadas aos hormônios são:




Perda de interesse sexual;



Impotência;



Esterilidade;





Parada das menstruações;


Aumento das mamas dos homens;





Perda de pelos.





As alterações relacionadas à circulação do sangue no fígado (hipertensão da veia porta) levam a:


Aumento do baço



Varizes do esôfago e estômago com risco de hemorragias graves (vômito ou fezes com sangue)


Ascite (barriga d'água)



Devido à incapacidade do trabalho da célula hepática, acumula-se bile no sangue, surgindo a icterícia (amarelão), que pode estar associada à coceira no corpo.


Muitas outras alterações podem ocorrer, tais como:

 
Inchaço nas pernas;





Desnutrição (emagrecimento, atrofia muscular, unhas quebradiças);


 Facilidade de sangramento (gengiva, nariz, pele);





Escurecimento da pele.




A Encefalopatia Hepática (EpH) – síndrome com alterações cerebrais decorrentes da má função hepática, produz:




Sonolência excessiva durante o dia e dificuldade de dormir a noite;




Agitação ou agressevidade no comportamento, dificuldade de escrever, de falar, de dirigir veículos, de cálculos simples.




Esta EpH tem vários graus e chegando ao coma, pode levar à morte. A encefalopatia pode ocorrer pela progressiva evolução da doença do fígado ou por intercorrências agudas de infecção, sangramento, excesso alimentar de proteínas ou constipação (dificuldade de evacuação).


Como o médico faz o diagnóstico?


O diagnóstico definitivo de cirrose é feito por biópsia hepática (obtida por punção do fígado com agulha especial) e análise microscópica do material obtido nesse exame. Em muitos casos, quando o paciente chega ao médico, seu quadro já é típico da doença e a avaliação complementar mais simples, com a ecografia , a endoscopia digestiva e alguns exames de sangue, é suficiente para estabelecer o diagnóstico clínico, dispensando a biópsia.


Quando existe uma história de uso excessivo de bebidas alcoólicas ou exames de sangue positivos para os vírus da hepatite B ou C fica facilitado o diagnóstico da causa da cirrose. Diversos outros exames estão disponíveis para investigação das causas menos comuns de cirrose.


Como se trata?


A suspensão do agente agressor (álcool, drogas) ou a eliminação/controle do vírus da hepatite pode desacelerar ou parar a evolução da doença, evitando as complicações mais graves. Entretanto, a cirrose avançada é um processo irreversível.


Cada uma das complicações da cirrose exige um tratamento específico, geralmente visando o controle de situações agudas como sangramentos, infecções, ascite ou encefalopatia. O transplante de fígado aparece como única opção de cura da doença, alcançando bons resultados. Ainda é um tratamento difícil de ser conseguido pela falta de doadores, complexidade da cirurgia e do controle ao longo prazo da rejeição.


Como se previne?


A melhor prevenção das cirroses de origem viral é através da vacinação contra Hepatite B, dos rigorosos critérios de controle do sangue usado em transfusões, do uso de preservativos nas relações sexuais e do uso individualizado de seringas pelos usuários de drogas injetáveis. Destas formas, a cirrose causada pelas hepatites B e C podem ser minimizadas.


É necessário o tratamento dos portadores das hepatites crônicas B e C, antes que evoluam para cirrose. E nos portadores de cirrose inicial, para prevenir que cheguem a estágios mais avançados.


No caso do álcool, deve-se evitar o seu uso excessivo. É exigida a parada total do seu consumo em indivíduos com hepatite B ou C.


Apesar de apenas uma minoria das pessoas que bebem demais terem cirrose, o risco aumenta proporcionalmente à quantidade e ao tempo de consumo. Não é possível precisar que quantidade de álcool causará cirrose em determinada pessoa, entretanto, doses acima de 20g de álcool por dia, o equivalente a duas latas de cerveja ou duas taças de vinho, ou duas doses de destilado, são suficientes para, em certos homens, causar doença. Em mulheres, a metade desta dose, ou seja, 10 gramas de álcool por dia, já pode provocar cirrose.


Deve-se lembrar que pessoas aparentemente “resistentes” ao álcool, ou seja, que ingerem frequentemente bebidas, porém não ficam embriagadas (bêbadas), podem não ter o fígado tão resistente, e desenvolver cirrose sem nunca terem ficado bêbadas.










                                         

ENFISEMA PULMONAR

ENFISEMA PULMONAR



Sinônimos:






Doença pulmonar obstrutiva crônica ou DPOC.






O que é ?


É uma doença crônica, na qual os tecidos dos pulmões são gradualmente destruídos, tornando-se hiperinsuflados (muito distendidos).


Esta destruição ocorre nos alvéolos, onde acontece a troca gasosa do oxigênio pelo dióxido de carbono. Como resultado, a pessoa passa a sentir falta de ar para realizar tarefas ou exercitar-se.


Como se desenvolve ?


A doença inicia com a destruição de diminutos sacos de ar (alvéolos) que compõe os pulmões. Nas áreas destruídas, não ocorrem as trocas gasosas de maneira satisfatória, fazendo com que diminua a quantidade de oxigênio circulante no sangue e, então, surge a falta de ar. Os pulmões também perdem a elasticidade, tornando mais difícil a saída do ar após cada inspiração. A quase totalidade dos casos é causada pelo tabagismo. Poucos casos são devidos à deficiência de alfa-1-antripsina, que é uma enzima produzida nos pulmões.


Cerca de 10-15% dos fumantes mais suscetíveis ao efeito nocivo do fumo é que desenvolvem a doença. À medida que vão fumando, vão piorando a sua capacidade pulmonar. Os fumantes, na maioria das vezes, passam a sentir as alterações causadas pela doença só após vários anos.


O que se sente ?


A principal característica da doença é a falta de ar.


Na maioria das vezes, são tabagistas de longa data, que, em torno dos 65 anos de idade, passam a sentir falta de ar para fazer esforços. A falta de ar no início só é notada para os grandes e médios esforços (subir escadas ou caminhar são exemplos). Mantendo o hábito do fumo, poderão chegar a uma fase mais avançada da doença, em que falta de ar surge com tarefas simples como tomar banho, se vestir ou se pentear, por exemplo. Neste momento, muitos tornam-se incapacitados para o trabalho e passam a maior parte do tempo na cama ou sentados para não sentir falta de ar. A pessoa poderá também experimentar a necessidade de dormir com travesseiros mais altos por causa da falta de ar.


A tosse e o chiado no peito também podem ocorrer, mas são mais freqüentes nos fumantes, nos quais predomina a bronquite crônica, e não o enfisema pulmonar.


Já nos casos de enfisema pulmonar por deficiência de alfa-1-antitripsina (enzima produzida pelo pulmão), a doença se desenvolve mais cedo, mesmo sem exposição ao fumo.


Como o médico faz o diagnóstico ?


O médico faz o diagnóstico, na maioria dos casos, baseado na longa exposição ao tabaco referida pelo paciente, associada às queixas e às alterações detectadas no exame físico.


Pode haver o auxílio de exames complementares, como exames de imagem (radiografia e tomografia computadorizada do tórax), exames de sangue e espirometria. Este é um teste de função pulmonar que mede a capacidade de ar de pulmões, dando uma boa idéia do seu funcionamento.


Os exames complementares ajudam a estabelecer o nível de gravidade da doença e, portanto, auxiliam na decisão do melhor tratamento para cada caso.


Para os casos de enfisema por deficiência de alfa-1-antitripsina, faz-se necessária a dosagem desta enzima no sangue, que estará abaixo do normal.


Como se trata ?


A meta do tratamento é aliviar os sintomas do doente e prevenir a progressão da doença. Alguns casos podem ter melhora parcial com o uso de medicações. Podem ser usados corticóides ou broncodilatadores, por via oral ou inalatória. A via inalatória é a preferida por ter efeito mais rápido e contabilizar menos efeitos indesejáveis. Nas emergências, as medicações através de injeções também podem ser utilizadas.


É importante salientar que, diferentemente da asma e da bronquite crônica, as pessoas com enfisema não costumam melhorar ou têm pouco benefício com uso de broncodilatadores.


No entanto, muitos podem ser beneficiados com a terapia de reabilitação, que ensina os enfisematosos a usar a sua energia de uma forma eficiente, de maneira que ocorra um gasto menor de oxigênio. Assim, as pessoas tornam-se mais preparadas para as atividades diárias.


A terapia com oxigênio (oxigenoterapia) também beneficia muitas pessoas, melhorando a expectativa de vida em vários casos, especialmente naqueles com doença avançada.


Em casos selecionados, poderão ser realizadas as cirurgias redutoras de volume pulmonar. São removidas áreas mais comprometidas de um ou ambos pulmões, com o intuito de melhorar a mecânica respiratória, resultando numa melhora dos sintomas e no dia a dia das pessoas.


Como se previne ?


Não há maneira, até agora, capaz de definir os indivíduos que serão suscetíveis ao desenvolvimento da doença com o hábito do fumo. Só podemos, através da espirometria, identificar a perda de função pulmonar nas pessoas que fumam e aconselha-las a parar.